Private Equity no Esporte Brasileiro: Solução ou Problema?
A aprovação da Lei da Sociedade Anônima do Futebol (SAF), em 2021, abriu caminho para a entrada de empresas de private equity no esporte brasileiro. Essas empresas, que buscam retornos financeiros, têm investido em clubes de futebol com o objetivo de melhorar o desempenho esportivo e aumentar a receita.
Impactos positivos: Capital: Investidores de private equity podem fornecer capital para os clubes investirem em infraestrutura, contratações e outras áreas, o que pode ajudar os clubes a melhorar o desempenho esportivo e aumentar a receita.
Expertise: Investidores de private equity podem trazer experiência e conhecimento de gestão para os clubes, auxiliando na melhoria da eficiência e na redução de custos.
Crescimento: Esses investidores podem ajudar os clubes a crescer e se desenvolver, o que pode resultar em maior competitividade e popularidade no esporte.
Impactos negativos: Retorno financeiro: Investidores de private equity buscam retornos financeiros, o que pode levar a decisões que beneficiem os acionistas em detrimento dos torcedores, como redução de investimentos em infraestrutura ou priorização da contratação de jogadores mais caros.
Integridade: Esses investidores podem estar mais preocupados com o retorno financeiro do que com a preservação da integridade do esporte, o que pode levar a práticas anticompetitivas ou a outros comportamentos prejudiciais ao esporte.
Exemplos Internacionais: Ares Management: Em 2022, a Ares Management adquiriu uma participação de 34% na franquia de futebol espanhola Atlético de Madrid. A empresa também investiu na Professional Fighters League, uma liga de artes marciais mistas.
Blackstone: Em 2022, a Blackstone adquiriu a YES Network, uma rede de transmissão dos jogos do New York Yankees, New York Islanders e Brooklyn Nets. A empresa também investiu no Overtime, um canal de mídia esportiva focado na geração Z.
Exemplos Nacionais: 777 Partners: Em 2022, a 777 Partners adquiriu 70% da SAF do Vasco da Gama. A empresa se comprometeu a investir R$ 700 milhões na SAF, com o objetivo de torná-la mais competitiva e lucrativa.
TreeCorp: Em 2022, a TreeCorp adquiriu 90% da SAF do Coritiba. A empresa se comprometeu a investir R$ 300 milhões na SAF, com o objetivo de profissionalizar a gestão e aumentar a receita.
A participação de empresas de private equity no esporte pode ser uma solução ou um problema. Os benefícios e riscos desse tipo de investimento devem ser cuidadosamente avaliados antes de tomar uma decisão.
É importante que os torcedores e os órgãos reguladores estejam atentos aos riscos associados à participação de empresas de private equity no esporte, além de buscar mecanismos que garantam a transparência em todas as operações envolvendo instituições esportivas e empresas desse tipo.